O ano de 2025 desafiou o comércio internacional. A instabilidade geopolítica, a volatilidade cambial e a reorganização das cadeias produtivas colocaram empresas diante de um cenário de incertezas, mas também de reinvenção.
Conflitos prolongados como Rússia x Ucrânia e novas tensões no Oriente Médio que alteraram rotas, elevaram custos e reforçaram uma tendência já visível: a busca por cadeias mais curtas, regionais e resilientes.
Nesse ambiente, organizações que olharam o comércio exterior como um organismo vivo (conectando logística, estratégia, fiscalidade e vendas), foram as que melhor protegeram margens, mantiveram competitividade e ganharam velocidade.
No Brasil, o desempenho numérico foi relevante, mas não isento de fragilidades estruturais. Exportações chegaram a US$ 289,7 bilhões e importações a US$ 237,3 bilhões, impulsionadas sobretudo por commodities e variações cambiais favoráveis, mais do que por ganho consistente de competitividade industrial. A corrente de comércio, recorde em US$ 527,1 bilhões, refletiu volume, mas também concentração setorial e dependência de mercados tradicionais. Ao mesmo tempo, o “tarifaço” dos EUA expôs limitações negociais e a necessidade urgente de diversificação comercial, acordos mais robustos e maior valor agregado nas exportações. Em síntese, o saldo positivo não necessariamente significou fortalecimento estrutural, mas sim uma oportunidade de correção de rota para quem percebeu os sinais.
O que 2025 nos ensinou:
Cadeias mais curtas e diversificadas
Não se tratava apenas de reduzir riscos: quem integrou comércio exterior, planejamento tributário, gestão de risco e relacionamento com fornecedores colheu vantagem competitiva.
Digitalização e compliance passaram de tendência a requisito
A evolução operacional do DUIMP, a retomada da relevância dos regimes aduaneiros especiais e o peso da documentação técnica mostraram que eficiência e conformidade se tornaram fatores críticos para preservar resultados e evitar perdas.
Oportunidades existem — mas mudaram de endereço
A Ásia continuou relevante, enquanto América Latina e nichos específicos nos Estados Unidos abriram espaço para crescimento mais seletivo, favorecendo quem soube reposicionar produtos e explorar relações estratégicas.
2025 deixou claro que o comércio exterior é menos sobre previsões perfeitas e mais sobre adaptação inteligente. As empresas que enxergaram o movimento global ao invés de apenas reagir a ele, foram as que encerraram o ano mais fortes, preparadas para um mundo em transformação contínua.




