Há pouco mais de um ano, os importadores aguardavam com expectativa a divulgação do calendário oficial para a migração do processo de importação para a DUIMP, prevista para iniciar em janeiro de 2025. Desde então, diversos fatores influenciaram essa agenda. A paralisação da Receita Federal por um longo período impactou diretamente na definição do cronograma e, nesse intervalo, muitos intervenientes, assim como a equipe de gestão do Portal Único, aproveitaram para revisitar e aprimorar etapas e processos.
Hoje, o projeto está em fase avançada. Muitas operações já podem ser registradas via DUIMP, algumas são obrigatórias e outras estão em tramitação para início da obrigatoriedade.
Benefícios esperados com a DUIMP
A transição traz perspectivas positivas para os importadores e demais intervenientes, tais como:
- Padronização de informações e procedimentos, reduzindo inconsistências, interpretações e falta de clareza.
- Eliminação de retrabalhos, como por exemplo, a prestação de informação idêntica em diferentes sistemas ou para diferentes entidades.
- Menor microgerenciamento por parte dos anuentes, com foco em operações que realmente exigem atenção e maior nível de segurança.
- Integrações mais efetivas entre sistemas, garantindo maior agilidade e transparência.
Principais desafios para as empresas
Como toda mudança significativa, a implementação da DUIMP traz desafios que exigem planejamento. Entre os mais relevantes, destacamos:
1. Elaboração do Catálogo de Produtos
O Catálogo será peça-chave para o gerenciamento de risco e qualidade das informações na DUIMP. Muitas empresas ainda resistem à sua adoção, sem perceber que é uma excelente oportunidade para revisar descrições, melhorar processos internos e prestar informação útil aos intervenientes.
2. Adequação do layout para emissão de notas fiscais
Os controles atuais, baseados na DI, precisarão ser ajustados. O Portal Único utiliza API, o que é um avanço, pois permitirá atualizações dinâmicas conforme mudanças de mercado ou legislação. Porém, nem todas as empresas possuem ERP preparado para esse formato, o que pode gerar gargalos iniciais.
3. Operação paralela de dois sistemas
Durante a transição, algumas operações ainda não poderão ser registradas via DUIMP, exigindo manutenção simultânea de dois sistemas. Esse cenário aumenta retrabalho e custos adicionais, seja de sistema ou equipe.
4. Ajuste à Reforma Tributária
Além da DUIMP, as empresas enfrentarão mudanças trazidas pela Emenda Constitucional nº 132/2023, que estabelece a Reforma Tributária. A implementação será gradual, o que, uma vez mais acarretará paralelismo, e, impactará os processos
Como se preparar para essa transição?
Contar com profissionais qualificados e sistemas robustos será essencial para reduzir impactos e garantir uma migração tranquila. Planejamento antecipado é a chave para evitar gargalos e custos desnecessários.
Por aqui, seguimos otimistas: após os ajustes iniciais, a DUIMP deve trazer maior eficiência, redução de custos e modernização para as operações de importação.
Por Leila Silva




