Depois de mais de 20 anos de idas e vindas, o tão esperado acordo entre o Mercosul e a União Europeia está finalmente prestes a sair do papel. Os últimos ajustes estão sendo feitos entre o governo brasileiro e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen — e tudo indica que a assinatura oficial está muito próxima.
Esse tratado promete ser um marco histórico. Um dos principais pontos é a eliminação do Imposto de Importação para mais de 90% dos produtos comercializados entre os dois blocos. Isso significa mais oportunidades, mais competitividade e um impulso importante para as economias envolvidas.
E o que isso muda para o Brasil?
Para o Brasil, os ganhos são enormes. O acordo vai facilitar e ampliar as exportações para a Europa, tornando o país um fornecedor estratégico em áreas como alimentos, commodities e produtos agrícolas. Em tempos de instabilidade global, o Brasil se firma como um parceiro confiável e essencial para a segurança alimentar europeia.
Além disso, esse tratado reforça o papel do Brasil como potência agrícola mundial e aumenta sua influência nas decisões internacionais. É uma chance de mostrar ao mundo a força da nossa produção e da nossa diplomacia.
E para a Europa?
Do lado europeu, o acordo abre as portas do mercado sul-americano para setores estratégicos como automóveis, peças automotivas, máquinas industriais e tecnologia. Com tarifas reduzidas, empresas europeias terão mais facilidade para investir e fazer negócios por aqui — o que pode gerar empregos, inovação e crescimento.
Um acordo que vai além do comércio
Mais do que um tratado comercial, essa parceria tem um peso político e geopolítico importante. Ao se aproximar do Mercosul, a Europa busca reduzir sua dependência de grandes potências como Estados Unidos e China, diversificando suas alianças e fortalecendo o multilateralismo.
Muita gente já considera esse o maior acordo de livre comércio do mundo. E, num cenário global cheio de tensões e disputas, ele pode ser um sinal de que a cooperação internacional ainda tem força.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o acordo está praticamente pronto. Falta apenas a aprovação final pelo Conselho Europeu e a tradução oficial para todas as línguas dos países membros da UE. Quando for assinado, será um verdadeiro divisor de águas — com impactos que vão se refletir por décadas na economia, na produção e nas relações internacionais.
Conforme anunciado pelas autoridades envolvidas, a expectativa é que o tratado seja assinado no início de dezembro deste ano (2025), em Brasília durante a Cúpula de presidentes do Mercosul. A intenção é finalizar a aprovação do acordo enquanto o presidente Lula ocupa a presidência rotativa do Mercosul.
Por Solange Trindade




